sexta-feira, 27 de junho de 2014

Bebidas a base do Leite

Introdução
A preocupação com o desenvolvimento sustentável no século XXI vem mudando a forma de alimentação das pessoas. Para isso, tecnologia, ciência e medicina, juntas, procuram introduzir maior valor nutricional na alimentação de forma a não atingir bruscamente o meio ambiente, como nas últimas décadas. Na tentativa de se poder melhorar a alimentação das pessoas, nutricionalmente e economicamente, vem se desenvolvendo vários produtos de forma sustentável, como por exemplo a bebida láctea, que se utiliza o soro do leite.
Segundo a Instrução Normativa nº 16 de 23/08/2005, do Ministério da Agricultura, Bebida Láctea é o produto obtido a partir de leite ou leite reconstituído e/ou derivados de leite, reconstituídos ou não, fermentado ou não, com ou sem adição de outros ingredientes, onde a base láctea represente pelo menos 51% (cinquenta e um por cento) massa/massa (m/m) do total de ingredientes do produto. Essas bebidas apresentam consistência líquida, de diferentes graus de viscosidade, de acordo com a sua composição.
No presente trabalho abordar-se-á conteúdos relacionados com Bebidas à base do leite, natas, leites reconstituídos, evaporados e condensados açucarados. Sendo assim o trabalho foi elaborado para o alcance dos seguintes objectivos:
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Fazer um estudo sobre as Bebidas à base do Leite, natas, leites reconstituídos, evaporados e condensados açucarados.

1.1.2. Específicos
 Definir o conceito de Bebida láctea;
 Diferenciar a bebida láctea do iogurte;
 Mencionar os tipos de bebida láctea;
 Definir os conceitos de Nata, Leites reconstituídos, Evaporados e condensados açucarados.



1.2. Metodologia

Para a elaboração deste trabalho a metodologia usada consistiu na técnica de recolha de dados, as técnicas qualitativas que permitem verificar os resultados dos questionários e ampliar as relações descobertas.

Fez-se também a consulta bibliográfica, que consiste na revisão dos conteúdos em várias obras existentes na biblioteca desta instituição bem como sites da rede internacional (internet), tal como vem citado no texto e na bibliografia final.
















2. Bebidas à base do leite ou bebida láctea
Segundo ABREU (2000) afirma que são bebidas constituídas por todo tipo de alimento composto de soro de leite e de leite, cuja composição láctea não é inferior a 51% da massa total do produto. Além disso, as bebidas lácteas são menos nutritivas e manos densas que os iogurtes.
2.1. Diferenças entre bebida láctea e iogurte
 A bebida láctea tem menos calorias que o iogurte;
 Enquanto a bebida láctea ter até 49% de derivados não lácteos, o iogurte pode ter até 30%;
 O iogurte tem mais bactérias benéficas do que a bebida láctea;
 A bebida láctea leva soro, no iogurte não é obrigatório;
 A bebida láctea pode ter gordura vegetal;
 O teor mínimo de proteínas na bebida láctea é 1g/100g e no iogurte, não pode ser menor do que 2,03g/100g ou 2,9/100g.

2.2. Tipos de bebidas à base do leite
 Bebida láctea fermentada
 Bebida láctea tratada termicamente após fermentação
2.1.1. Bebida Láctea Fermentada
É o produto fermentado mediante a ação de cultivo de microrganismos específicos e/ou adicionado de leite fermentado e que não poderá ser submetido a tratamento térmico após a fermentação. A contagem total de bactérias lácticas viáveis deve ser no mínimo de 106 UFC/g, no produto final, para o cultivo láctico específico empregado, durante todo o prazo de validade (ABREU, 2000) Exemplo: batido de leite.

a) Batido de Leite ou Leite Batido
É uma bebida à base do leite e algum outro alimento, normalmente fruta e sorvete. Pode ser adoçado com açúcar, mel ou leite condensado. Não se costuma adoçar o milk-shake, pois geralmente usa-se sorvete de baunilha/creme, morango ou chocolate para prepará-lo, além de cobertura de vários sabores.

Figura 1. Batido de leite com frutas
Fonte: ABREU, 2000
É uma bebida bastante popular no café da manhã em algumas regiões, em especial aqueles à base de cereais e que podem ser preparados quentes.
O batido de leite com frutas é muito consumido por pessoas preocupadas com a preparação física, por ser considerada mais saudável que o consumo de cafeína ou o chocolate.

2.1.2. Bebida Láctea tratada termicamente após fermentação
Segundo ABREU (2000) afirma que é o produto adicionado de cultivo de microrganismos ou de produtos lácteos fermentados e posteriormente submetido a tratamento térmico adequado. Exemplo: water do Japão.
a) Water do Japão
É uma bebida popular no Japão, à base do leite fermentado, levemete ácida, adocicada, não alcoólica e, para muitos, tem gosto de água de mamadeira. É uma bebida com sabor que lembra yogurte, mas não é tão denso.
i) Modo de preparação
 500 ml de leite desnatado;
 1 frasco de Yakult
 Aquece-se o leite e mistura-se ao Yakult mantendo-se aquecido, com temperatura entre 38 e 40 graus
 Retira-se do Yakult e deixa-se refriar e em seguida passa para o liquidificador.
 Para beber é necessário que se dilua em água.

Figura 2. Water do Japão a partir do leite fermentado.
Fonte: ABREU, 2000
2.3. Natas
A nata ou creme de leite é a gordura do leite, muito utilizada em culinária e doçaria e também como principal ingrediente da manteiga (DUTRA, 1982)
Nos países industrializados, no entanto a nata é extraída do leite por centrifugação e depois tratada termicamente para se conservar mais tempo. As formas de tratamento incluem a pasteurização, a esterilização e o UHT.
A nata pode ser utilizada batendo-a com açúcar muito fino, para formar o creme chantili. Outra forma usual é adicionar nata a um molho de cozinhar carne, como no bife ou, junto com cogumelos.
A nata pode também ser fermentada para formar creme fraîche e a nata azeda ou ácida ou creme azedo, utilizado em algumas comidas dos Estados Unidos.
2.3.1. Produtos derivados da nata
Existem muitos produtos diferentes derivados da nata fresca, ou seja, da gordura retirada do leite fresco, esses produtos distinguem-se pela consistência, pelo teor em gordura e pelo tipo de tratamento a que foram submetidos antes de serem consumidos.
Como se já foi referenciado acima, os produtos derivados da nata podem ser: o creme azedo e o creme fraîche, fermentados com bactérias lácticas, as natas batidas, com o seu açúcar e aromatizantes e o “buttermilk” ou leitelho, que é um subproduto da transformação da nata em manteiga.

2.4. Leite Reconstituído
Entende-se por leite reconstituído o produto resultante da dissolução em água do leite em pó, adicionado ou não, de gordura láctea, até atingir o teor gorduroso fixado para o respectivo tipo, seguido de homogeneização e pasteurização (ANTUNES, 2003)
2.4.1. Tipos de leite reconstituído
 Leite pasteurizado reconstituído;
 Leite UHT reconstituído;

a) Leite pasteurizado reconstituído
É um produto elaborado a partir de leite em pó previamente reconstituído e adicionado ou não de gordura láctea, para ajuste do teor de gordura do produto, submetido a aquecimento em temperatura entre 72ºC a 75ºC durante 15 a 20s exclusivamente em equipamento de pasteurização (ANTUNES, 2003)

b) Leite UHT reconstituído
É um produto elaborado a partir de leite em pó previamente reconstituído e adicionado ou não de gordura láctea, para ajuste do teor de gordura do produto, homogeneizado e submetido, durante 2 a 4s, a uma temperatura entre 130ºC e 150ºC mediante o processo de fluxo contínuo, imediatamente resfriado a uma temperatura inferior a 32ºC (ANTUNES, 2003)

2.5. Leite evaporado: ou “leite condensado sem açúcar”
O leite evaporado surgiu da necessidade de facilitar o transporte e o armazenamento do leite. Foi o norte-americano Gail Borden (1856) que, tentando desidratá-lo, descobriu que, antes de transformar-se em leite em pó, o produto se transformava em leite condensado (BRASIL, 2007)
O leite evaporado é um produto resultante da desidratação parcial do leite fluido, seguindo de homogeneização, enlatamento e esterilização.
O leite evaporado é destino do leite condensado por não possuir açúcar, mas em ambos cerca de 60% da água é retirada por evaporação.
Serve para fazer os gelados. Nos supermercados encontra-se junto das latas de leite condensado, e coloca-se em cuvetes de gelo e desta forma está sempre pronto a usar para um geladinho.

2.6. Leite condensado ou “leite condensado com açúcar”
O Leite Condensado açucarado surgiu como resultado das experiências do francês Nicolas Appert em 1820, na pesquisa para esterilização e conservação de alimentos em embalagens herméticas (BRASIL, 2007)
Em 1828, o inventor francês Malbec aplicou o método de Appert ao leite fresco de vacas para criar o leite condensado.
É um produto resultante da desidratação parcial do leite fluido ao qual é adicionado xarope (glicose ou sacarose) seguindo de envasamento. São fases de fabricação de leite condensado: selecção do leite, padronização dos teores de gordura e de sólidos totais, pré-aquecimento, adição de xarope (solução de sacarose ou glicose), condensação, refrigeração, cristalização e enlatamento.
2.6.1. Composição do leite condensado
O leite condensado comercial possui uma alta adição de açúcar, e além do leite integral, pode ser preparado com a adição de leite em pó integral e lactose. Mas existem variedades in natura como o leite evaporado que não contém açúcar. No mercado, também é possível encontrar sucedâneos a base de soja ou com adoçantes artificiais.
2.6.2. Etapas de Elaboração
 Padronização;
 Pré-aquecimento;
 Concentração;
 Refrigeração e cristalização;
 Padronização final;
 Envase;
2.6.2.1. Objectivos dos Tratamentos

a) Padronização: serve para alcançar o teor de gordura desejado;
b) Pré-aquecimento:
 Destruir as lipases para evitar a rancidez;
 Destruir as leveduras e mofos que poderiam fermentar os açúcares;
 Dissolver os açúcares;
 Controlar a estabilidade.
 A adição de açúcar é realizada no início desta etapa, na maioria dos processos.
c) Concentração: serve para reduzir o volume, e o controle é realizado pesando-se um volume determinado ou medindo-se o índice de refracção.
d) Refrigeração e cristalização: é uma operação importante para a textura do leite condensado. A lactose encontra-se em uma solução super saturada e cristaliza durante o resfriamento.
e) Padronização final: É possível padronizá-lo mediante a adição de água previamente tratada e resfriada. A adição de água pode ocasionar efeitos sobre o tipo e a forma dos cristais.
f) Envase: os envases variam, podendo estar em latas metálicas e envases industriais de diversos tamanhos.










3. Conclusão
Após realizações feitas constatou-se que junto aos derivados do leite, as proteínas vegetais são as mais utilizadas pela indústria alimentícia, por constituírem grande fonte proteica devido a maior variabilidade na composição em aminoácidos essenciais e a sua ótima digestibilidade.
A partir do leite é possível a elaboração de diversos derivados, agregando valor ao produto. Os processos tecnológicos pelo qual o leite passa permite a elaboração de queijos, doces, iogurtes e muitos outros produtos.
A soja, líder absoluta nesse aspecto, pode ser empregada na elaboração de alimentos à base de soja como a farinha, proteína concentrada, isolada ou texturizada e o tofu, além do "leite" de soja, o miso e o tempeh.
Existem outros diversos derivados e todos eles tem a necessidade de ser processado seguindo as normas do RIISPOA. O processamento do leite e seus derivados exigem correta higienização evitando assim a contaminação do produto garantindo a qualidade do produto final ao consumidor.











4. Referências Bibliográficas

 ABREU, L. R. de – Tecnologia de Leite e Derivados – Processamento e Controle de Qualidade em Carne, Leite, Ovos e Pescado, Lavras: UFLA/FAEPE, 2000.
 ANTUNES, Aloísio José. Funcionalidade de proteínas do soro de leite bovino. Barueri, SP: Manole, 2003.
 BRASIL. Ministério da Agricultura. Regulamento da inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal - RIISPOA. Disponível em: . Acesso em: 19 de outubro de 2007.
 DUTRA DE OLIVEIRA, J. E.; SANTOS, A. C.; WILSON, E. D. Nutrição básica. São Paulo: Sarvier, 1982. 286p.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Sono REM e nao REM

1.      Introdução
Uma boa noite de sono é muito mais do que descansar o corpo e deixá-lo preparado para o dia seguinte. O organismo precisa desta pausa para registrar eventos importantes na memória, regular as defesas e fortalecer a imunidade, além de equilibrar o funcionamento dos hormona que regem as atividades celulares.
Estudos realizados em 2006 mostram que cerca de 45% dos pacientes que sofrem de distúrbios comportamentais do sono acabam desenvilvendo várias doenças neurodegenerativas causadas pela falta de dopamina no cérebro.
O segundo estudo, por sua vez, descobriu que testes de neuroimagem que que medem a dopamina no cérebro são úteis para identificar pacientescom destúrbios no sono com mais riscos de desenvolvere doenças neurodegenerativas.
O presente trabalho aborda assuntos relacionados com o Sono podendo ser, REM e NÃO REM. Para a elaboração deste tema usou-se uma linguagem clara de modo que facilitem a leitura e a interpretação dos mesmos.
1.1.Objectivos

1.1.1.      Gerais
Ø  Fazer uma abordagem sobre o sono REM e não REM.

1.1.2.      Específicos
Ø  Explicar a importância do sono;
Ø  Mencionar as fases do sono;
Ø  Caracterizar o sono REM e não REM;
Ø  Explicar as causas do sono REM e não REM;
Ø  Explicar o comportamento violento;
Ø  Descrever os fatores ambientais que interferem no sono;
Ø  Relacionar sono REM e estado de vigilia;


1.2. Metodologia
O trabalho foi pesquisado pelo grupo, onde cada elemento do grupo trouxe os seus resultados de pesquisa a fim de unir os conteúdos para formar um trabalho só.  Ao longo das pesquisas fez-se o uso de bibliografias recomendadas pelo docente, não só, mas tambem outras fontes da rede internacional como internet.
Trabalhou-se bastante no uso de material didáctico como câmeras para fazer retratos de algumas imagens ilustrativas que tambem justificam o nosso tema, (ver Anexos-I, II e III).















2.      O Sono
O sono é um estado ordinário de consciência, complementar ao da vigília (ou estadodesperto), em que há repouso normal e periódico, caracterizado, tanto no ser humano como nos outros vertebrados, pela suspensão temporária da actividade motora voluntária (BAKWIN, 1970).
Segundo FRIEDMAN (1795) definiu sono como "sendo o desencadear deliberado de uma alteração ou redução do estado consciente, que dura muitíssimo, em média 8 horas tendo início sensivelmente à mesma hora, em cada período de 24 horas, e resultando, geralmente, em sensação de energia física, psíquica e intelectual restabelecida".
Existem várias definições do sono apresentadas por diferentes autores, e, no geral, complementam-se umas às outras.
Segundo MACK (1979) afirma que, dormir não é apenas uma necessidade de descanso mental e físico: durante o sono ocorrem vários processos metabólicos que, se alterados,  podem afetar o equilíbrio de todo o organismo a curto, médio e, mesmo, a longo prazo.
Estudos provam que quem dorme menos do que o necessário tem menor vigor físico, envelhece mais precocemente, está mais propenso a infecções, à obesidade, à hipertensão e ao diabetes (IBID, 1979).
Alguns fatos comprovados por pesquisas podem nos dar uma idéia da importância que tem o sono no nosso desempenho físico e mental. Por exemplo, num estudo realizado pela Universidade de Stanford, EUA, indivíduos que não dormiam há 19 horas foram submetidos a testes de atenção.
Constatou-se que eles cometeram mais erros do que pessoas com 0,8 g de álcool no sangue - quantidade equivalente a três doses de uísque. Igualmente, tomografias computadorizadas do cérebro de jovens privados de sono mostram redução do metabolismo nas regiões frontais (responsáveis pela capacidade de planear e de executar tarefas) e no cerebelo (responsável pela coordenação motora). Esse processo leva a dificuldades na capacidade de acumular conhecimento e alterações do humor, comprometendo a criatividade, a atenção, a memória e o equilíbrio.

2.1.O sono e hormonas
Segundo BAKWIN (1970) afirma que, ao longo prazo, a privação do sono pode comprometer seriamente a saúde, uma vez que é durante o sono que são produzidos alguns hormonas que desempenham papéis vitais no funcionamento de nosso organismo. Por exemplo, o pico de produção do hormona do crescimento (também conhecido como GH, de sua sigla em inglês, Growth Hormone) ocorre durante a primeira fase do sono profundo, aproximadamente meia hora após uma pessoa dormir.

2.2.Importância do sono
Segundo afirma que, o sono é importante para a recuperação da saúde em situação de doença, enquanto a privação deste pode afetar a regeneração celular assim como a total recuperação da função imunitária. A especialista Mahatad Amated diz que no período do sono que as partículas alfa do cérebro trabalham com maior eficácia (IBID, 1970).
É um total contra-senso o fato de que, num mundo em que cerca de 16 a 40% das pessoas em geral sofrem de insônia, haja aquelas que, iludidas pelos valores da sociedade industrial, esforçam-se por reduzir o número de horas de sono diário,. Com isso acreditam, provavelmente, que um corpo "treinado" para dormir menos nos permita ampliar o número de "horas úteis" do dia, mantendo o mesmo desempenho (IBID, 1970)

2.3.O ciclo do sono
Um ciclo do sono dura cerca de noventa minutos, ocorrendo quatro a cinco ciclos num período de sono noturno.
Segundo LAVIE (1998, 45) afirma que, o número de ciclos por noite depende do tempo do sono, acrescentando, ainda, que "o sono de uma pessoa jovem é, habitualmente, composto por quatro ou cinco desses ciclos, com tendência à redução com o avançar da idade". No entanto, o padrão comum varia entre quatro a cinco ciclos.
Durante o sono, o indivíduo passa, geralmente por ciclos repetitivos, começando pelo estágio 1 do sono NREM, progredindo até o estágio 4, regride para o estágio 2, e entra em sono REM. Volta de novo ao estágio 2 e assim se repete novamente todo o ciclo.
Segundo BOLANDER (1998) afirma que, nos primeiros ciclos do sono, os períodos de NREM (mais concretamente o estágio 3 e 4) têm uma duração maior que o REM. À medida que o sono vai progredindo, os estágios 3 e 4 começam a encurtar e o período REM começa a aumentar. Na primeira parte do sono predomina o NREM, sendo os períodos REM mais duradouros na segunda metade.
Um ciclo de sono completo divide-se em quatro fases, que duram cerca de 20 minutos cada uma e vão desde a simples sonolência até o estágio mais profundo, repetindo-se ao longo da noite.

2.4.As Fases do Sono
Fase 1:            Melatonina é liberada, induzindo o sono(sonolência)
Fase 2:            Diminuem os ritmos cardíaco e respiratório, (sono leve) relaxam-se os músculos e cai a temperatura corporal
Fases 3 e 4:     Pico de liberação do GH e da leptina; cortisol começa (sono profundo) a ser liberado até atingir seu pico, no início da manhã
O sono divide-se em dois tipos fisiologicamente distintos:
Ø  NREM (Non Rapid Eye Movement ou "Movimento Não Rápido dos Olhos"); e
Ø  REM (Rapid Eye Movement ou "Movimento Rápido dos Olhos").

3.      O Sono não-REM

O sono NREM (ou não-REM) ocupa cerca de 75% do tempo do sono e divide-se em quatro períodos distintos conhecidos como estágios 1, 2, 3 e 4.
  • Estágio 1:
Começa com uma sonolência. Dura aproximadamente cinco minutos. A pessoa adormece. É caracterizado por um electroencefalografia (EEG) que é o estudo do registro gráfico das correntes eléctricas desenvolvidas no encéfalo, realizado através de electrodos aplicados no couro cabeludo, na superfície encefálica ou até mesmo dentro da substância encefálica,  semelhante ao do estado de vigília.
Esse estágio tem uma duração de um a dois minutos, estando o indivíduo facilmente despertável. Predominam sensações de vagueio, pensamentos incertos, mioclonias das mãos e dos pés, lenta contração e dilatação pupilar. Nessa fase, a atividade onírica está sempre relacionada com acontecimentos vividos recentemente.
  • Estágio 2:
Nesse estágio a pessoa não se encontra a dormir profundamente. Dura cerca de cinco a quinze minutos. O eletroencefalograma mostra frequências de ondas mais lentas, aparecendo o complexo K. Nessa fase, os despertares por estimulação táctil, fala ou movimentos corporais são mais difíceis do que no anterior estágio (vide figura 2. Anexos). Aqui a atividade onírica já pode surgir sob a forma de sonho com uma história integrada (IBID, 1998)
  • Estágio 3:
Tem muitas semelhanças com o estágio 4, daí serem quase sempre associados em termos bibliográficos quando são caracterizados. Nessas fases, os estímulos necessários para acordar são maiores. Do estágio 3 para o estágio 4, há uma progressão da dificuldade de despertar. Esse estágio tem a duração de cerca de quinze a vinte minutos. (vide figura 3. Anexos).
  • Estágio 4:
São quarenta minutos de sono profundo. É muito difícil acordar alguém nessa fase de sono. Depois, a pessoa retorna ao terceiro estágio (por cinco minutos) e ao segundo estágio (por mais quinze minutos). Entra, então, no sono REM.

Neste estágio NREM do sono caracteriza-se pela secreção do hormona de crescimento em grandes quantidades, promovendo a síntese proteica, o crescimento e reparação tecidular, inibindo, assim, o catabolismo. O sono NREM tem, pois, um papel anabólico, sendo essencialmente um período de conservação e recuperação de energia física (IBID, 1998).

4.      O Sono REM

O sono REM caracteriza-se por uma intensa actividade registrada no eletroencefalograma (EEG) seguida por flacidez e paralisia funcional dos músculos esqueléticos. Nesta fase, a actividade cerebral é semelhante à do estado de vigília. Deste modo, o sono REM é também denominado por vários autores como sono paradoxal, podendo mesmo falar-se em estado dissociativo (IBID, 1998).
Nesta fase do sono, a atividade onírica é intensa, sendo sobretudo sonhos envolvendo situações emocionalmente muito fortes.
É durante essa fase que é feita iscugula da atividade cotidiana, isto é, a separação do comum do importante. Estudos também demonstram que é durante o REM que sonhos ocorrem. A fase representa 20 a 25% do tempo total de sono e surge em intervalos de sessenta a noventa minutos. É essencial para o bem-estar físico e psicológico do indivíduo.
Também nesta fase, os olhos movem-se rapidamente e a atividade cerebral é similar àquela que se passa nas horas em que se está acordado. As pessoas acordadas durante o sono REM, normalmente, sentem-se alertas, com maior índice de atenção, ou mais dispostas e prontas para a atividade normal. Os movimentos dos olhos associados ao REM são gerados pelo núcleo geniculado lateral do tálamo e associados a ondas occipitais. Durante o sono REM o tônus muscular da pessoa diminui consideravelmente. Também chamado sono paradoxal, termo que caiu em desuso (IBID, 1998).
No R.E.M., o cérebro bloqueia os neurônios motores, para que o corpo não obedeça as ordens sonhadas ou as encene. O resultado é conhecido como Paralisia do sono.

4.1.Duração do sono REM
Durante uma noite de sono, uma pessoa normalmente tem cerca de 4 ou 5 períodos de REM, que são bem curtos no começo da noite e mais longos no final. É comum acordar por um curto período de tempo no fim de um acesso de REM. O tempo total de sono em REM ronda os 90 a 120 minutos por noite para adultos. Entretanto a quantidade relativa de sono REM diminui acentuadamente com a idade (IBID, 1998).
Um bebê recém-nascido dorme mais de 80% do tempo total de sono em sono REM; enquanto uma pessoa de 70 anos dorme menos de 10% em sono REM. A média para adultos jovens é 20% do tempo total de sono ser em sono R.E.M.

4.2.Prevalência do sono REM

Segundo RUBENS (1999) afirma que, a prevalência permite compreender o quanto é comum ou rara, uma determinada doença ou situação numa população. Na área da saúde a prevalência ajuda o profissional a conhecer a probabilidade – ou risco – de um indivíduo sofrer de determinada doença.

A prevalência do sono REM é mais comum em crianças em idade escolar. Cerca de 25% das crianças entre 3 a 10 anos relatam pelo menos um episódio por ano e 15% tem episódios todos os meses. Possui tendência genética pois gêmeos idênticos apresentam sonambulismo seis vezes mais frequentemente que os não-idênticos e 40% das pessoas com sonambulismo possuem pelo menos dois outros parentes que também tem este distúrbio. Estima-se que a prevalência nos países varie entre 1 a 15% da população, sendo mais comum nos países com população predominantemente jovem e com alto uso de sedativos (como álcool) (IBID, 1999).
Dentre as crianças entre 5 e 12 anos de idade, estima-se que 15 a 40% tenham apresentado algum episódio de sonambulismo, pelo menos uma vez na vida. A maior parte das crianças sonâmbulas deixa de apresentar este comportamento a partir da adolescência.
Dentre os adultos, as pesquisas estimam que 0,5 a 4% apresentam sonambulismo. Porém é importante lembrar que quando acordamos por curtos intervalos, o cérebro pode apagar essas memórias como desnecessárias junto com nossos sonhos, dando a impressão de um episódio de sonambulismo. Essa amnésia também é comum nas dissonias. Como crianças não tem as áreas responsáveis pela memorização bem desenvolvidas quanto adultos esse esquecimento é ainda mais comum nelas (IBID, 1999).

5.      Características do sono REM e NREM

Segundo TIERNEY (1993) afirma que, os sonos REM e NREM são habitualmente episódios isolados, mas pode ter um carácter recorrente em 1-6% dos pacientes. O sonambulismo, segundo estudos de polissonografia, geralmente ocorre uma a duas horas depois de começar a dormir (estágios 3 e 4 do sono), na fase chamados sono de ondas lentas (SOL) e Lento único e afetivo (LUA). Pode durar apenas alguns segundos ou mais de 30 minutos.

6.      Causas do sono REM e NREM

As causas do sono REM e NREM são desconhecidas e não existe um tratamento eficaz. Acredita-se, erradamente, que o sonambulismo é a conversão, no estado de vigília, dos movimentos que o indivíduo efetua durante o sonho.
Segundo DORLAND (1993) afirma que, na realidade o sonambulismo ocorre antes do estágio de movimentos oculares rápidos. O sono tem cinco estágios durante os quais as ondas cerebrais diminuem de intensidade até atingir um profundo estado de relaxamento..
Segundo afirma que a baixa atividade se mantém no hipotálamo, ligado à consciência, e no córtex cerebral, que controla os movimentos do corpo. No caso dos sonâmbulos, essas ondas, vindas de uma área do cérebro chamada ponte, são irregulares. Por isso não cumprem a contento a função de inibir a região motora (IBID, 1993).
Como as áreas motoras permanecem ativas, o sonâmbulo é capaz de se sentar, andar e trocar a roupa. Já a área relacionada à consciência e memória, no hipotálamo, se mantém quase inativa. E isso explica porque quem sofre desse distúrbio não percebe o que faz nem se lembra de nada no dia seguinte embora algumas vezes podendo se manifestar como por exemplo: ir pagar uma conta a um multibanco ou escrever uma carta devido uma grande preocupação (IBID, 1993)

6.1. Factores de risco

Vários factores aumentam a probabilidade de sonambulismo, dentre eles.
Ø  Uso de sedativos;
Ø  Consumo de álcool;
Ø  Estresse excessivo;
Ø  Ansiedade e;
Ø  Febre.
Além disso, é mais frequente em pessoas que possuem transtornos como:
Ø  Transtorno de estresse pós-traumático

6.2. Casos notáveis

Em 1846 Tirell Bickford foi acusado de matar a prostituta, Mary Ann, durante um episódio de sonambulismo mas inocentado pelo critério de insanidade temporária.
Recentemente houve um caso no onde um homem escalou uma montanha durante o sono, e acordou apenas lá em cima. O incrível é que bombeiros cheios de equipamentos e outros levaram horas para escalar a montanha para o resgate, já que a montanha era muito íngreme.
Segundo DORLAND (1993) afirma que, algumas pessoas já foram vistas caindo de janelas e escadas enquanto estavam sonâmbulas. Alguns sonâmbulos podem ser violentos, inclusive a ponto de matar acidentalmente pessoas próximas. Em alguns casos internacionais de homicídios e tentativas de homicídio com pacientes sonâmbulos o juri declarou o réu inocente por critério de insanidade temporária. Em outros casos esse argumento já foi negado e o réu condenado a morte, prisão ou confinamento em instituição psiquiátrica.
Segundo DORLAND (1993) afirma que, os comportamentos incluíram: tirar própria roupa; molestar o parceiro; tentar tirar a roupa do(a) parceiro(a); auto-estimulação e tentar o coito forçado. Acordar o parceiro pode ser difícil mas é suficiente para que ele se controle, geralmente se sentindo culpado e envergonhado por esse comportamento.

6.2.1.      Comportamento violento

Alguns pacientes violentos durante o sonambulismo também tem episódios recorrentes de terror noturno e pesadelos. As principais características associadas à este comportamento são:  
Ø  Sexo masculino;
Ø  Problemas familiares na infância;
Ø  História de abuso sexual;
Ø  Escala de Hamilton > 24;
Ø  História familiar de caminhar à noite ou terror noturno;
Ø  Presença de desorganização no horário do sono, com ciclos vigília-sono mais caóticos;
Ø  História de abuso de substâncias.
Esse tipo de comportamento é bastante raro com apenas alguns poucos casos descritos na literatura.

6.3.Fatores ambientais que interferem no sono
Segundo PHIPPS (1995) afirma que, o sono é uma das muitas ocorrências biológicas que tem lugar à mesma hora, cada 24 horas.
A necessidade diária de sono varia, não só de indivíduo para indivíduo (variação inter-individual), como também no mesmo indivíduo (variação intra-individual) de dia para dia. Existem vários factores que contribuem para a alteração do padrão de sono, nomeadamente factores físicos, sócio-culturais, psicológicos, ambientais e outros. Segundo um estudo efetuado por DLIN e colaboradores, dentro do ambiente temos então:
Ø  Ruído: o ruído pode ser visto como um perigo ambiental que cria desconforto e pode interferir com o sono e repouso do doente, uma vez que activa o sistema nervoso simpático cuja estimulação é responsável pelo estado de vigília ou alerta do indivíduo.
Ø  Luz: muitas pessoas apresentam um nível de sensibilidade elevado à luz, sendo por isso facilmente perturbadas durante o sono mesmo que seja uma luz de pouca intensidade.
Ø  Temperatura: tendo em conta que a temperatura corporal atinge o seu pico ao final da tarde ou princípio da noite e depois vai baixando progressivamente, atingindo o ponto mais baixo ao início da manhã, uma diminuição ou um aumento da temperatura ambiente faz, geralmente, acordar a pessoa ou cria-lhe um certo desconforto que o impossibilita de dormir.

6.4. Relação entre sono REM e o estado de Vigília
Dentre o sono REM e o estado de vigília encontra-se uma relação existente entre esses dois processos, onde, o sono REM caracteriza-se por uma intensa actividade registrada no eletroencefalograma (EEG) seguida por flacidez e paralisia funcional dos músculos esqueléticos. Por outro lado, o estado de vigília, o sono tem uma duração de um a dois minutos, estando o indivíduo facilmente despertável. Predominam sensações de vagueio, pensamentos incertos, mioclonias das mãos e dos pés, lenta contração e dilatação pupilar. Nessa fase, a atividade onírica está sempre relacionada com acontecimentos vividos recentemente.






7.      Constatação
Chegado ao fim deste trabalho constatou-se que, o sono é importante para a recuperação da saúde em situação de doença, enquanto a privação deste pode afectar a regeneração celular assim como a total recuperação da função imunitária.
O número de ciclos por noite depende do tempo do sono, acrescentando, ainda, que "o sono de uma pessoa jovem é, habitualmente, composto por quatro ou cinco desses ciclos, com tendência à redução com o avançar da idade". No entanto, o padrão comum varia entre quatro a cinco ciclos.
Durante o sono, o indivíduo passa, geralmente por ciclos repetitivos, começando pelo estágio 1 do sono NREM, progredindo até o estágio 4, regride para o estágio 2, e entra em sono REM. Volta de novo ao estágio 2 e assim se repete novamente todo o ciclo.
Dentre as crianças entre 5 e 12 anos de idade, estima-se que 15 a 40% tenham apresentado algum episódio de sonambulismo, pelo menos uma vez na vida. A maior parte das crianças sonâmbulas deixa de apresentar este comportamento a partir da adolescência. Dentre os adultos, as pesquisas estimam que 0,5 a 4% apresentam sonambulismo.
O sonâmbulo é capaz de se sentar, andar e trocar a roupa. A área relacionada à consciência e memória, no hipotálamo, se mantém quase inativa. E isso explica porque quem sofre desse distúrbio não percebe o que faz nem se lembra de nada no dia seguinte embora algumas vezes podendo se manifestar como por exemplo: ir pagar uma conta a um multibanco ou escrever uma carta devido uma grande preocupação.






8.      Bibliografia

1.      ABLON, S. L. & MACK, J £. — Sleep Disorders. In NOHSPITZ, J. D., ed. — Basic Handbook of Child Psychiatry. New York, Basic Books, 1979 p. 34.
2.      BAKWIN, H. — Sleep-walking in twins. Lancet 2:446, 1970.
3.      BOLANDER, Rapid Moviment of Eyes 1998
4.      DORLAND citado por ROPER; LOGAN; TIERNEY, 1993, 466
5.      KALLES JD, KALLES A, Soldatos CR, Chamberlin K, Martin ED. Sleepwalking and night terrors related to febrile illness. Am J Psychiatry. 1979;136(9):1214-5.
6.       Mahowald & Schenck. 1283.
7.      Ohayon MM, Caulet M, Priest RG. Violent behavior during sleep. J Clin Psychiatry. 1997;58(8):369-76; quis 377.
8.      RUBENS N. A. A. REIMÃO, ANTONIO B. LEFÈVRE (1980) DISTÚRBIOS DO SONO NA INFÂNCIA. http://pediatriasaopaulo.usp.br/upload/pdf/634.pdf, 1999.
9.      Sleep foundation.org











9.      Anexos
Anexos I
Figura1. Uma criança adormecida







Anexo II
Figura 2. Sono REM no seu 2º Estágio
Fonte: Lar dos Estudantes Femininos











Anexo III
Figura 3. Sono REM no seu 3º Estágio
Fonte: Lar dos Estudantes Masculinos